quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Virgem e o Cigano


 Não é um daqueles livros que me faz marcar frases ou passagens bonitas, mas é de um outro género, do género dos verdadeiros contadores de histórias. Do género de que mal conheço as personagens, quero urgentemente saber o que lhes vai acontecer. Ficamos caidínhos pela Yvette e pela Lucille, e é difícil não nos deixarmos envolver pelo ambiente, por aquela casa. Imaginamo-nos lá dentro, sentindo o cheiro e a escassa luz que vem das janelas raramente abertas, a pesada mobília e todos os recantos carregados de pó. E imaginamos aquela família à nossa volta, como se os conhecêssemos de outros tempos.

Há um toque de humor aqui e ali,  na denominação da ex-mulher do reitor como "Aquela-Que-Tinha-Sido"e nas figuras das tias e da avó. Mas também há sinais da fraqueza humana: a mesquinhez, a maldade, o comodismo, a negação de sonhos e aspirações.

E depois temos o cigano e a virgem, à margem dos seus dois mundo divergentes, numa história de sensualidade entre eles entendida e por eles respeitada. 
E aquele final, aquele final! O final tããão romântico, que, tivesse eu lido na adolescência, teria sonhado e revisto na minha cabeça durante semanas a fio.

Versão portuguesa aqui.