quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"No entanto, quando abriu os olhos há minutos, (...) apercebeu-se da sensação abafada e húmida à sua volta, da impressão de não estar em lado algum, e soube que ia ter um dia difícil. Soube que ia ter dificuldade em acreditar em si mesma, nas divisões de sua casa, e quando olhou para este livro novo na mesa de cabeceira, posto em cima do que acabara de ler a noite anterior, estendeu maquinalmente a mão para ele, como se ler fosse a única e óbvia primeira tarefa do dia, a única maneira viável de efectuar a transição do sono para o dever."
As Horas, Michael Cunningham, Gradiva, trad. Fernanda Pinto Rodrigues