domingo, 11 de dezembro de 2011

Atrás de um Nobel esconde-se uma boa história

O Nobel da Literatura foi atribuído ao poeta sueco Tomas Tranströmer "because, through his condensed, translucent images, he gives us fresh access to reality". Gosto disso. E também gostei deste poema:
Allegro
I play Haydn after a black day
and feel a simple warmth in my hands.
The keys are willing. Soft hammers strike.
The resonance green, lively and calm.
The music says freedom exists
and someone doesn't pay the emperor tax.
I push down my hands in my Haydnpockets
and imitate a person looking on the world calmly.
I hoist the Haydnflag - it signifies:
"We don't give in. But want peace.'

The music is a glass-house on the slope
where the stones fly, the stones roll.
And the stones roll right through
but each pane stays whole.
 New Collected Poems, tradução de Robin Fulton (Bloodaxe Books, 1997/2011)

Mas gostei ainda mais de conhecer a sua história comovente. Tomas Tranströmer trabalhou também como psicólogo. Era pianista clássico. Em 1990, sofreu uma trombose, ficou com a mão direita paralisada e apenas capaz de dizer umas poucas palavras. Mas ainda toca piano. Alguns compositores suecos escreveram peças para mão esquerda especialmente para ele. Ver para crer neste bonito vídeo.