quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Virgem e o Cigano


 Não é um daqueles livros que me faz marcar frases ou passagens bonitas, mas é de um outro género, do género dos verdadeiros contadores de histórias. Do género de que mal conheço as personagens, quero urgentemente saber o que lhes vai acontecer. Ficamos caidínhos pela Yvette e pela Lucille, e é difícil não nos deixarmos envolver pelo ambiente, por aquela casa. Imaginamo-nos lá dentro, sentindo o cheiro e a escassa luz que vem das janelas raramente abertas, a pesada mobília e todos os recantos carregados de pó. E imaginamos aquela família à nossa volta, como se os conhecêssemos de outros tempos.

Há um toque de humor aqui e ali,  na denominação da ex-mulher do reitor como "Aquela-Que-Tinha-Sido"e nas figuras das tias e da avó. Mas também há sinais da fraqueza humana: a mesquinhez, a maldade, o comodismo, a negação de sonhos e aspirações.

E depois temos o cigano e a virgem, à margem dos seus dois mundo divergentes, numa história de sensualidade entre eles entendida e por eles respeitada. 
E aquele final, aquele final! O final tããão romântico, que, tivesse eu lido na adolescência, teria sonhado e revisto na minha cabeça durante semanas a fio.

Versão portuguesa aqui.

Desabafo

O mundo é pequeno mas enorme e nele cabem todas as ideias e todos os sonhos. Por maiores que sejam, por muito que mudem conforme o dia. É uma das características mais bonitas disto tudo: podermos sonhar sem que nunca ninguém diga que temos de parar. E mesmo que o digam, podermos continuar. Não precisam de saber. O sonho é enorme e cabe dentro de nós.

What a Little Virus can do

O lado bom de uma virose é que podemos passar mais tempo em frente à televisão a ver filmes e séries sem qualquer peso na consciência. E há tanto para ver, and so little time! Expressões que soam bem em inglês, lamento. O mau é que a mucosa indesejada invade o cérebro e reduz consideravelmente o tão estimado QI. Logo, a 2ª caixa do Bergman (demasiado íntimo, só Bergman?) continua por abrir.

Neste estado, vi com uma inesperada alegria e interesse filmes como Mamma Mia (mesmo assim ao princípio achei que não ia aguentar, but then there was Meryl...) e Sweet Home Alabama. Mas também tive boas surpresas como Open WaterBridesmaids (ou já estaria com febre?) e Hart's War (já nos 40º?) sendo a maior de todas rever The Untouchables (aqui já a perceber que a recuperação sorrateiramente se aproximava). E eis as lições tiradas:

1 - não ver 4 episódios de uma série que se idolatra neste estado (não me lembro de nada);
2 - vivam as mulheres argumentistas e comediantes pós-trinta anos (go, Kristen Wiig!);
3 - não tirar cursos de mergulho, ou se tirar nunca ir para a água sem uma pistola de very lights;
4 - os filmes maus podem ser bons num domingo à tarde constipado;
5 - a Meryl Streep pode fazer o que quiser, nós cá estamos para aplaudir;
e
6 - este primeiro plano é um dos melhores de sempre:


    The Untouchables, Brian de Palma, 1987

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Vincent a tirar-me do sério


"If you hear a voice within you say "you cannot paint," then by all means paint, and that voice will be silenced."

Vincent Van Gogh

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Começa uma nova semana...

E as minhas manhãs vão ser mais ou menos assim (ou assim o espero!). As partituras variam e o gato é opcional. A opção sendo dele, é claro. O normal numa relação gato-ser humano.





domingo, 20 de novembro de 2011

Clap, clap, clap

"Be who you are and say what you feel because those who mind don't matter and those who matter don't mind."
Dr Seuss

Adoro frases feitas. E variantes de frases feitas. E  mil frases feitas, mesmo que todas, no fundo, digam a mesma coisa.

I Fall In Love Too Easily

Eis o namoro musical da semana. Começou com esta:


E agora estou a conhecer o disco todo. É daqueles discos com múltipla personalidade estilística. Da boa.
(e ele não é um "nerd meets sting" irresistível?)

Para conhecer melhor: aqui.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Novelists can be likened to omnicompetent tour guides—as they gloss and vivify the wonders of unfamiliar terrains, the marketplaces, the museums, the tearooms and wine cellars, the gardens, the houses of worship. Then, without warning, the suave cicerone becomes a garrulous rogue cabdriver, bearing you off on a series of sinister detours (out by the airport, and in the dead of night). The great writers can take us anywhere; but half the time they’re taking us where we don’t want to go."

Martin Amis for The New Yorker

Ler mais.

Numa tarde de chuva, vêm à memória frases bonitas *

"O mundo, se calhar, ele nunca o tinha visto. Mas era já há 27 anos que o mundo passava por aquele navio: e era já há 27 anos que ele, naquele navio, o espiava. E lhe roubava a alma."


 Em Novecentos de Alessando Baricco.

* e títulos pirosos, aparentemente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Hoje à noite: Intensive Acting Workshop




                                     Nurse Jackie. 21h25. Fox Life. 4 episódios.
                 1º Barra de chão 2º ouvir o Chico Pinheiro ao vivo e 3º ir alegremente para casa ver os episódios seguidinhos!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Excerto

"E o médico perguntava: tem abusado dos fritos, dos ovos, tem lido o suficiente. O paciente respondia: não, senhor doutor, há quase um ano que não leio um livro, não gosto muito e dá-me preguiça. Então o médico acrescentava: ah, fique sabendo que você ou lê urgentemente um bom romance, ou então vemo-nos no seu funeral dentro de poucas semanas."

O filho de mil homens, Valter Hugo Mãe, Alfaguara

sábado, 12 de novembro de 2011

Can you be happy and still be tempted?

A propósito do último "Conversa de Raparigas" (todas as sextas, 19h, Antena3), lembrei-me deste filme quando se falou do amor, da paixão, da tentação, da traição. O filme (tal como qualquer conversa sobre o assunto) não traz (nem impinge) respostas e deixa perguntas no ar. Mas dá-nos uma interessante perspectiva.

Speed Dating Literário

Quando acabo de ler um livro, fica um vazio que urge ser preenchido. Normalmente pego em três ou quatro livros em "fila de espera" e leio as primeiras páginas para perceber qual me apetece ler nesse momento. Uma coisa rápida, indolor e eficaz.
Há simplesmente momentos e alturas da nossa vida em que o que estamos a viver e a pensar não casa com determinados livros. Tal como um encontro pode correr mal mas noutra altura poderia correr bem. Aquilo a que vulgarmente chamamos de timing. 
Mas nem sempre pensei assim. Antes fazia uma cerimónia incrível com os livros, como se os seus autores estivessem a espreitar e a abanar a cabeça em sinal de desagrado perante a minha falta de empenho ou

Um bom texto + excelentes actores = rewind, rewind, rewind


( Lilly, Jackie e uma bala acabada de retirar do cérebro da primeira)

 - May I?
 - That was in my brain. Which is fine, by the way.
 - Yes, I heard.
 - Humm... You said you were going to be there when I woke up. It was the only reason I didn't completely lose my shit.
 - I know, honey. And then the day just sort of got away from me. Sorry. ... Want me to get rid of this for ya?
 - I want you to hang on to it. Keep your fucking promises.

E no meio do episódio, esta cena cai que nem ginja! E que episódio: Harvey Fierstein (em baixo) a desempenhar papel difícil de esquecer. Eu sei que isto deve ter passado aí em 2009 nos States, mas não me importo de ser assim: feliz em delay.


A terceira temporada começou na última quinta-feira no Fox Life.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

E Lisboa fica mais bonita


 Tanta gente para conhecer, filmes para ver, masterclasses, passagens de livros para ouvir (da boca dos próprios escritores!), música... Descubram aqui, saquem da agenda e anotem.